Quanto vale uma parceria?
O desejado protagonismo externo do Brasil não pode se confundir com políticas públicas que não atendem às necessidades do País, beneficiando poucos em detrimento da maioria.
O comércio com a Argentina entrou na pauta do novo governo. São discutidas medidas para que o Brasil retome a posição – perdida para a China – de principal fornecedor de mercadorias, notadamente manufaturas. O leque é amplo: recursos do BNDES, garantia de crédito para importadores e até moeda única para o comércio bilateral.
Parece uma tentativa de replicar o modelo chinês de relacionamento com alguns países parceiros. Será um equívoco.
É verdade que a participação da Argentina no total de manufaturas embarcadas encolheu – de cerca de 20% na década passada para 14% em 2022.
Mas será que isso justifica políticas públicas para estimular a demanda dos “hermanos”, de modo a “reindustrializar” o país?
A desindustrialização do Brasil é datada. Até 2010, a produção industrial doméstica caminhou em linha com o resto do mundo. O encolhimento do seu peso no PIB decorreu mais do avanço do setor de serviços.
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