Habitação é coisa séria
Além da moradia, é necessário prover vida digna e acesso à cidadania. Mas o poder público não trata o assunto com a devida seriedade.
São muitos os benefícios da casa própria, especialmente em um país com elevada informalidade e oscilação da renda familiar. Pode ser um fator de mitigação da pobreza, pois facilita o acesso ao crédito e eleva a renda disponível ao eliminar gastos com aluguel — o ônus excessivo com aluguel representa mais da metade do déficit habitacional.
Diante das dificuldades dos mais pobres — entra na conta o mau uso e ocupação do solo encarecendo o preço da terra —, cabe a ação estatal. O ideal seria corrigir as distorções que inviabilizam o acesso à casa própria, mas, até lá, os pobres precisam ser atendidos.
O desafio vai muito além de garantir a moradia; é necessário prover vida digna e acesso à cidadania. O poder público, porém, não trata o assunto com a devida seriedade. Simbólico disso foi o curioso pedido do presidente Lula para que as moradias do Minha Casa Minha Vida (MCMV) tenham varandas, sem discutir os problemas do programa.
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