Carro popular para quem?

Não parece boa ideia criar um estímulo setorial em plena discussão da reforma tributária, que busca tratamento isonômico.

O governo pretende resgatar políticas de estímulo à indústria automobilística. Fala-se em benefícios para toda cadeia, englobando linhas de crédito, reduções tributárias e aumento do índice de nacionalização. O foco será o carro “popular”, com o objetivo de termos automóveis no valor de R$ 50 mil. É longa a lista de problemas.

Primeiramente, a política vai contra a promessa do presidente Lula de “colocar o pobre no Orçamento”. Em um país onde 70% das pessoas ganham até dois salários-mínimos, são poucos que podem ter um carro; por seu valor e pelos custos associados, como combustível, IPVA, manutenção e juros do empréstimo, que facilmente somam R$ 1.500/mês (considerando um carro de R$50 mil). Os estímulos acabarão por beneficiar os grupos entre os 10% de maior renda.

Leia mais em: https://oglobo.globo.com/economia/zeina-latif/coluna/2023/05/carro-popular-para-quem.ghtml